sexta-feira, 3 de abril de 2015

Dica de Blog !


Vai a dica aí do meu blog que estou desenvolvendo para as minhas disciplinas de África. Pode ser útil para todos que trabalham com esta temática.

Entrevistas
Fontes 
Iconografia
Literatura
Mapas
Textos e artigos

Uma série de outras coisas estão lá

sábado, 8 de setembro de 2012

Artigo: definição e normas


Artigos

São pequenos estudos, porém completos, que tratam de questões científicas. Normalmente assumem a estrutura de introdução-desenvolvimento e considerações finais. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003, p.2), é parte de "uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do conhecimento." A ABNT reconhece dois tipos de artigos:

Artigo original: quando apresenta temas ou abordagens próprias. Geralmente relata resultados de pesquisa e é chamado em alguns periódicos de artigos científicos.

Artigo de revisão: quando resume, analisa e discute informações já publicadas. Geralmente é resultado de pesquisa bibliográfica. 

Normas para sua estruturação a partir da ABNT

Tipo de Letra:
Times New Romam ou Arial

Tamanho:12
(*Exceção para citações de mais de três linhas, elas devem vir afastadas do corpo do texto e com a fonte 11 ou 10)

Margens do texto
Superior e esquerda: 3 cm
Inferior e direito: 2 cm

Espaçamento entre linhas: 1,5
Para tanto você deve selecionar o texto que você quer formatar, depois ir em “Formatar”, “parágrafos”, “Entrelinhas”, “1,5 linha”.

Apenas as citações de mais de 03 linhas devem ser colocadas em espaçamento simples.  
Para tanto você deve selecionar o texto que você quer formatar, depois ir em “Formatar”, “parágrafos”, “Entrelinhas”, “simples”.

Espaçamento do Parágrafo
Todo parágrafo deve ser afastado 1,5 da margem esquerda. Para tanto é só apertar a tecla TAB

Citações.

Se a citação for menor do que quatro linhas ela deve ser incorporada ao corpo do texto, entre aspas. Caso a citação comece com letra minúscula aspas e colchetes [...], caso comece com letras maiúsculas coloque só as aspas.

Se a citação for maior do que 04 linhas ela deve ser colocada afastado 4 centímetros da margem esquerda, tamanho 10 ou 11, espaçamento simples. 

Referências

Livro
SOBRENOME, Nome. Título em itálico: subtítulo. Tradução. Edição. Cidade: Editora, ano, p.

Capítulo de Livro
SOBRENOME, Nome. Título do capítulo ou parte do livro.
In: SOBRENOME, Nome (ed.; org.; coord.; etc.); ou Idem. Título em itálico: subtítulo. Tradução. Edição. Cidade: Editora, ano, p.

Artigo cientifico
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico em itálico. Cidade: Editora, vol., fasc., ano, p.


Datas de entrega
    25 de Setembro – Parcial 1
    16 de Outubro – Artigo Final


Novas sugestões de temas e bibliografia


Olha eu estive pensando sobre o artigo, e gostaria de trabalhar com música,

então pensei em uma dança folclórica, a Quadrilha; ja pesquisei que surgiu em Paris e veio p o Brasil no séc. XIX e pensei também em uma mais recente que é a dança Kuduro, surgiu na Angola e veio para o Brasil a pouco tempo.Bom professor, o que vc me diz, acha que da para fazer uma boa pesquisa com uma  delas. Qual dessas duas vc sugere? Acha que farei um bom trabalho?
Aguardo sua resposta.
Tenha um ótimo dia.
Obrigada. Taís Helena.


Sugestões 

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. Brasilia: HUCITEC, 2008.

+ Introdução de Ginzburg enviada por email + Peter Burke "Cultura Popular na idade moderna"


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A importância de elucidar um período singular da história da cidade de São Paulo de Piratininga vem a ser de fundamental importância devido a sua atual opulência cosmopolita. Trataremos o fato que uma cidade que no final do século XIX era menor que a cidade de Santos e que ao que parece aqui dessa distância temporal, que do dia para a noite se transformou na cidade mais importante do Brasil, ficando somente atrás da capital federal, Rio de Janeiro. Daremos à devida importância ao elucidar como uma sociedade “monarquista” se transformou em uma sociedade “modernista” em um curto espaço temporal.

 O que está em vermelho será o coração deste futuro artigo.
Trabalharei a figura de Paulo Prado. Como em um curto espaço de tempo Paulo Prado teve essa virada de cabeça. Da Bellé Époque à M.odernismo

Sugestões 

O queijo e os vermes de Ginzburg enquanto um procedimento metodologico
HOBSBAWM, Eric e TERENCE, Ranger. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p.9-23.
 ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginárias. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.



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Título: A Concepção Escolar a partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932.
Aluna: Cíntia Bispo.
O objetivo deste artigo é compreender as transformações no ideário educacional brasileiro entre as décadas de 1920 e 1930. Época de inúmeras transformações em que se definia a construção de um projeto nacional envolvendo a economia, a política e a cultura brasileira. Neste contexto, é atribuído um papel especial à função da educação no interior do desenvolvimento histórico brasileiro.
 Utilizarei como ponto de partida o documento oficial chamado “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” (1932). Serão objetos de análise as reflexões que o movimento fazia sobre a educação brasileira até aquele momento, e quais eram suas perspectivas as quais o estado deveria assumir para superar o chamado atraso cultural brasileiro.
Nesta perspectiva trabalharei com as contribuições historiográficas de Marc Bloch sobre o fazer histórico em sua obra A apologia da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed. 2001. Do mesmo modo não serão excluídas as possíveis contribuições tanto dos historiadores da cultura, quanto das mentalidades.

Sugestão de leitura 

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginárias. São Paulo: Cia. das Letras, 2008. 
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, vol. 5, nr. 11, jan/abr. 1991, p. 173-191.
_____. Cultura escrita, literatura e história: conversas de Roger Chartier com Carlos Aguirre et all. Porto Alegre: Artmed Ed., 2001.

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Título: A importância de Chiquinha Gonzaga para transformação da Imagem

               da Mulher do século XIX ao XX

Justificativa: A história das mulheres é representada de forma bem articulada, aquela da família, dos filhos, do trabalho, dos veículos de comunicação, do corpo, da sua sexualidade, dos amores, dos sentimentos, das suas loucuras de amar e, infelizmente, da violência doméstica.

No século XIX, ficou muito mais nítido a imagem das mulheres por meio das cartas, diários, fotos, testamentos, jornais, eventos e pinturas. Já no século XX, elas ganham visibilidade aos olhos de todos, por meio de livros e vários manifestos, dos sindicatos, dos movimentos sociais, das mídias, das revistas, que são diretamente dirigidas e da literatura. Isso nos faz pensar que no decorrer da história apresentada por documentos nos possibilita aceder às representações femininas envolvidas já que de um lado estão: as castas, as fiéis, as obedientes, as boas esposas, e as mães. Do outro lado as odiadas: as feiticeiras, as lésbicas, as rebeldes, as anarquistas, as prostitutas e as loucas.

            Contudo, esse trabalho é delimitado no período entre os séculos XIX e XX, e se propõe a discutir alguns pontos sobre as mudanças ocorridas no papel da mulher na sociedade brasileira. Uma personagem importante da figura feminina é Chiquinha Gonzaga, a qual aponta algumas relações que constituem numa sociedade em transformação. A partir desse momento, é que percebemos o novo papel social e atuação da mulher nos dias de hoje.


Sugestões 

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. Brasilia: HUCITEC, 2008.

+ Introdução de Ginzburg enviada por email + Peter Burke "Cultura Popular na idade moderna"

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Gostaria de fazer um artigo sobre a" Cultura do Funk nas Periferias das grandes cidades", abordando assim, 
quais os tipos de sociedades que esse estilo musical atinge e quais os elementos culturais contidos nas 
letras desse estilo musical, mostrando os tipos de cultura que ela proporciona. 

Um outro tema seria sobre a "Os Avanços da inserção de jovens de classe média baixa nas universidades",
 buscando assim intender uma vez que a escola não prepara seu aluno para a universidade, 
quais os tipos de avanço e aprendizado que o mesmo pode oferecer  em requisitos de preparação para o mercado de 
trabalho nos dias atuais.

Muito obrigada. 

Sugestões 

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. Brasilia: HUCITEC, 2008.

+ Introdução de Ginzburg enviada por email + Peter Burke "Cultura Popular na idade moderna"


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O CONSUMO DE PRODUTOS DE INTERAÇÃO QUASE MEDIADA COMO REFLEXO DA POSTURA SOVIAL E POLITICA.
ALUNO: RICARDO ANTONIO DA SILVA

O presente artigo terá como finalidade fazer uma reflexão sobre as informações de produtos de mídia e informação como a Revista VEJA, com o objetivo de demonstrar quais os interesses estão inseridos no respectivo sistema e de que modo vai influenciar no processo de formação do individuo social, interagindo na sua personalidade, Para tanto, usarei como referencial teórico: CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL/ Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1990.
A analise textual se apoiará na campanha Eleitoral para Presidente da República do Brasil do ano de 2010 fazendo um dialogo com o texto escolhido.

Obrigado:
Ricardo Antonio Silva, RA: 612102107

Sugestões


CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL/ Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1990.
_____. O mundo como representação. Estudos Avançados, vol. 5, nr. 11, jan/abr. 1991, p. 173-191.
_____. Cultura escrita, literatura e história: conversas de Roger Chartier com Carlos Aguirre et all. Porto Alegre: Artmed Ed., 2001.
_____. À beira da falésia. Porto Alegre: Editora da Universidade, 2002.
_____. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 

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Aluna: Ana Elísia Lino de Oliveira

Tema: A construção da liberdade religiosa no Brasil no final do século XIX.

Minha inquietação ao trabalhar com esse tema vem em encontro com a necessidade humana de acreditar em algo, gerando assim desde o início das civilizações a necessidade de se apegarem a uma crença, seja ela um pedaço de madeira ou um Deus invisível, criando ao longo do tempo diversas religiões por todo o Mundo. E com elas vários questionamentos que se pautam na necessidade de se aceitar diferentes crenças em um mesmo espaço e tempo.
Portanto, ao escolher esse tema me volto para um Brasil recentemente transformado em República, com características ainda extremamente católicas, apesar de já ser um país laico, e com leis que permitem àqueles que vivem em território nacional a professar diversos credos.
Acredito que seja um estudo importante, já que é um direito natural do ser humano professar sua fé, seja ela qual for, sem sofrer qualquer tipo de retaliação, e levando em consideração que as relações de religiosidades são divergentes entre si, tentarei conduzir minha pesquisa na tentativa de esclarecer inquietações sociais e religiosas no momento histórico abordado pelo estudo.

Sugestões 

História das religiões em "Dominios da História" 
http://api.ning.com/files/kJfASdjgEFs0qXtVylbQg-SLOtqhZ*3626w1GlNbujpFl86jAPp3kmXWPLfl7PHFn*L6AavVfi8*Xrt08F*sdVCo7FaAVJjU/CiroFlamarionCardosoRonaldoVainfasDominiosdaHistria.pdf


GEERTZ, C. Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989, p.3-21.
_____. O saber local. Petrópolis: Vozes, 1997, p.111-141. (Os textos sobre religião destas duas obras) 




sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Da História das Mentalidades a História Cultural



1ª Geração dos Annales: Marc Bloch e Lucien Febvre

  • Não obstante o predomínio do espírito de síntese e a busca de uma história totalizante, a preocupação com as mentalidades apareceu muito cedo nos  Annales,  conforme indica a produção historiográfica dos próprios fundadores. Marc Bloch, por exemplo, celebrizado pelos estudos rurais em perspectiva comparativa, e particularmente pelo clássico  A Sociedade Feudal,  escrito nos anos 30 (traduzido pela Edições 70 portuguesa), foi verdadeiramente precursor da história das mentalidades e de uma espécie de antropologia política ao escrever Os reis Taumaturgos.

2ª Geração dos Annales: Fernand Braudel

  • Adensamento da problematização teórica dos  Annales, consolidação do espírito de síntese que animava o “fazer história” de Bloch e de Febvre.
  • Obra máxima: O Mediterrâneo
  • “Meu grande problema, o único problema, a resolver  é demonstrar que o tempo avança com diferentes velocidades” -
  • Tempo Longo, estruturalismo de Lévi-Strauss
  • A longa duração seria conceito caríssimo à concepção de mentalidades, concebidas como estruturas de crenças e comportamentos que mudam muito lentamente, tendendo por vezes à inércia e à estagnação


3ª Geração: Robert Mandrou, Jacques Le Goff

  • O livro-chave dos “novos tempos” talvez  tenha sido mesmo, como muitos dizem, o Magistrais et sorciers en France au XVII e  siècle,  publicado em 1968 por Robert Mandrou. Colocando em cena o tema da perseguição à feitiçaria na França moderna.
  • Preferência por assuntos ligados ao cotidiano e às representações, na falta de expressões melhores: o amor, a morte, a família, a criança, as bruxas, os loucos, a mulher, os homossexuais, o corpo, a morte, os modos de vestir, de chorar, de comer, de beijar etc. Microtemas, portanto, recortes minúsculos do todo social. 
  • Quanto ao estilo, costuma-se realçar seu apego à narrativa e à descrição em detrimento da explicação globalizante História das Mentalidades passa a ser criticada por ser “demasiadamente antropológica”, ao privilegiar a estagnação das estruturas na longa duração, ou condenada, pelo contrário, por ser “insuficientemente antropológica”, ao julgar o outillage mental de sociedades passadas à luz da racionalidade contemporânea


História Cultural

Rejeição ao conceito de mentalidades, considerado excessivamente vago, ambíguo e
impreciso quanto às relações entre o mental e o todo social

Não recusam, pelo contrário, a aproximação com a antropologia, nem a longa duração. E longe estão de rejeitar os temas das mentalidades e a valorização do cotidiano, para não falar da micro-história, por muitos considerada legítima, desde que feitas as conexões entre microrrecortes e sociedade global.

Nova História cultural revela uma especial afeição pelo informal e, sobretudo, pelo  popular

Preocupação em resgatar o papel das classes sociais, da estratificação, e mesmo do conflito social chamada história cultural é uma história plural, apresentando caminhos alternativos para a investigação histórica
Síntese:
(1) recusa do conceito vago de mentalidades;
(2) preocupação com o popular;
(3) valorização das estratificações e  dos conflitos socioculturais como objeto de investigação.

Principais nomes:
1.     
1.       1. A história da cultura praticada pelo italiano Carlo Ginzburg, notadamente suas noções de cultura popular e de circularidade cultural presentes quer em trabalhos de reflexão teórica, quer nas suas pesquisas sobre religiosidade, feitiçaria e heresia na Europa quinhentista.

2. A história cultural de Roger Chartier, historiador vinculado, por origem e vocação, à historiografia francesa — particularmente os conceitos de representação e de apropriação expostos em seus estudos sobre “leituras e leitores na França do Antigo Regime”.

3. A história da cultura produzida pelo inglês Edward Thompson, especialmente na sua obra sobre movimentos sociais e cotidiano das “classes populares” na Inglaterra do século XVIII

Carlo Ginzburg: cultura popular e método indiciário



A trajetória de Ginzburg ilustra perfeitamente o percurso de muitos historiadores que, desencantados com as debilidades do conceito de mentalidade, migraram para outros campos.  No seu primeiro livro, I Benandanti (1966), entre nós conhecido como Os andarilhos do bem,  Ginzburg trabalhara com a noção de mentalidades, sendo mesmo um dos pioneiros no estudo  da feitiçaria, tema caro a este campo de pesquisa. Mas já no pósescrito de 1972, embora o autor não tenha efetuado modificações no corpo da obra, fez questão de marcar posição contra aquele conceito, arrependendo-se de ter insistido na “ingênua contraposição entre mentalidade coletiva e atitudes individuais”. Assumindo precocemente uma crítica às mentalidades que só frutificaria muito depois, Ginzburg afirmou: “Insistindo nos elementos  comuns, homogêneos,  da mentalidade de um certo período, somos inevitavelmente induzidos a negligenciar as divergências e os contrastes entre as mentalidades das  várias classes, dos vários grupos sociais, mergulhando tudo numa mentalidade coletiva indiferenciada e interclassista.

E, com efeito, foi o que ocorreu com a publicação, em 1976, de  Il formaggio e i vermi, livro sobre as idéias de um moleiro friuliano condenado como herege pela Inquisição papal no século XVI. 

Foi nesta pesquisa que Ginzburg abandonou o conceito de mentalidade e adotou o de  cultura popular,  definindo-a como “o conjunto de atitudes, crenças, códigos de comportamento próprios    das classes subalternas num certo período histórico...”. Partindo de uma definição aparentemente empírica, inspirada  na antropologia cultural, Ginzburg acaba por formular uma visão original de cultura popular que não se confunde com “cultura imposta às classes populares” pelas classes dominantes (posição de Mandrou), nem exprime um triunfo de uma “cultura original e espontânea” das classes populares sobre os projetos aculturadores das elites letradas

A cultura popular, segundo Ginzburg, se define antes de tudo pela sua oposição à cultura letrada ou oficial das classes dominantes, o que confirma a preocupação do autor em recuperar o conflito de classes numa dimensão sociocultural globalizante. 

Mas a cultura popular se define também, de outro lado, pelas relações que mantém com a cultura dominante, filtrada pelas classes subalternas de acordo com seus próprios valores e condições de vida. É a propósito desta dinâmica entre  os níveis culturais popular e erudito — já que também a cultura letrada filtra à sua moda os elementos da cultura popular —, que Cario Ginzburg propõe o conceito de circularidade cultural.

E o historiador italiano foi além, ao propor abertamente o conceito de circularidade,  noção somente implícita em Bakhtin, que se preocupava mais com as oposições do que com as interpenetrações culturais entre as classes reconhecendo mesmo, como fez no seu artigo sobre o  método indiciário  que a história é não uma  ciência de tipo galileano (totalmente abstrata, dedutiva, quase matemática), mas uma ciência do particular.  Ao historiador cabe, com método e problemáticas teoricamente amplas, captar e decifrar os indícios, à semelhança do que faz o médico, o detetive, e outros “investigadores” que só atingem o geral  a partir de sinais particulares, valendo-se de erudição e mesmo de intuição

Sinais: Raízes de um paradigma indiciário.



Por volta do final do século XIX, emergiu silenciosamente no âmbito das ciências humanas um modelo epistemológico (caso se prefira, um paradigma). (143)
 
Giovani Morelli propunha que para se saber o real artista de um quadro era preciso observar as característica menos aparentes, as características mais negligenciáveis, e menos influenciados pelas características da escola a que o pintor pertencia.
 
“O conhecedor de arte é comparável ao detetive que descobre o autor do crime (do quadro) baseado em indícios imperceptíveis para a maioria”. (145)
 
Freud também utilizava o método moreli não para perceber detalhes imperceptíveis, negligenciáveis mas que forneciam elementos crucias para determinara personalidade de uma pessoa.
 
PARADIGMA INDICIARIO: Método interpretativo centrado sobre os resíduos, sobre os dados marginais, considerados reveladores.
 
Pistas talvez infinitesimais que permitem captar uma realidade mais profunda, de outra forma inatingíveis.
 
O que caracteriza esse saber é a capacidade de, a partir de dados, aparentemente negligenciáveis, remontar a uma realidade complexa não experimentável diretamente.
  
Se a realidade é opaca, existem zonas privilegiadas – sinais, indícios –q eu permitem decifrá-la.
 
Pistas: mais precisamente, sintomas (no caso de Freud), indícios (no caso de Sherlock Holmes), signos pictórios. (no caso de Moreli)
 
Os três eram médicos, entreve-se o modelo da semiótica médica. Assim no final do século XIX começou a se afirmar um modelo baseado na semiótica. Mas suas raízes eram muito mais profundas.
 
Tinha raízes no caçador pré-histórico que a partir de pistas, de rastros, de marcas reconstruía a história da caça. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mais Sugestões de Temas para o artigo

Aluno: Sergio Ricardo Machado 
Sugestão de título: Metáforas políticas no filme Matrix

 Apresento como tema uma discussão acerca das metáforas políticas presentes na obra cinematogáfica Matrix de 1999, obra esta objeto de vários debates em diversas áreas do conhecimento( filosófico,social e outros). Com o artigo objetiva-se discutir a conjuntura política do fim do século XX e o grande debate exercido entre sistemas políticos naquele momento e suas representações na referida obra,com suas nuances entre o utópico e o pragmático

Sugestões de Leitura

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginárias. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL/ Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 1990. 

_____. O mundo como representação. Estudos Avançados, vol. 5, nr. 11, jan/abr. 1991, p. 173-191.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 4a. ed., 1984. 



Aluna: Regina Florença Vianna


               A presente proposta de Artigo tem como objetivos desenvolver um estudo sobre o  “Candomblé e seu desenvolvimento dentro do estado de São Paulo”- sabe-se por fontes seguras e por intermédios de fontes orais que a primeira casa de Candomblé dentro do referido estado foi a casa de PAI Olegário de Obaluae no ano de 1950. E ao decorrer dessa época o Candomblé foi  se desenvolvendo varias mudanças o que era uma religião feminina foi se tornando masculinizada como homens participando de rodas de Candomblé sendo que essa não é uma função masculina, mas sim como ogãs , pegigãs , esta mudança do ponto de vista religioso esta sendo mal vista pois o religião esta perdendo suas raízes originais que veio com  os homens e mulheres escravizados da Africa.
               O recorte do seguinte Artigo se passa nas décadas dos anos de 1990 até os anos 2000  onde esta muito visível as quebras de tradições e preceitos dentro do culto Afro Brasileiro minha bibliografia vai ser selecionada pelo meu mestre professor Washington Nascimento.

Sugestões de Leitura

GEERTZ, C. Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989
_____. O saber local. Petrópolis: Vozes, 1997


Janaina
O Samba como Cultura Popular

O objetivo deste artigo é descrever aspectos da cultura popular, em especial o carnaval, abordar sua origem. Com base no livro A cultura popular na idade Média e no Renascimento da autora Mikhail Bakhtin e, com base na Wikipédia, destacar a importância da cultura do samba.
Palavra-chave: Samba
O objetivo central de Bakhtin era compreender a influência da cultura cômica popular na obra de François Rabelais. As manifestações culturais são múltiplas e podem subdividir-se em três grandes categoria: as formas dos ritos e espetáculos(festejos carnavalescos, obras cômicas representadas em praça pública); obras cômicas verbais(inclusive paródias) de diversas naturezas: orais e escritas, em latim ou em língua vulgar; e diversas formas e gêneros do vocabulário familiar e grosseiro( insultos, juramentos, blasões populares).
Os limites do vocabulário familiar e grosseiro na cultura popular da IdadeMédia só podem ser apreendidos nos festejos carnavalescos, onde a ordem católica e feudal séria podia ser rompida em detrimento de uma forma cômica, renovadora.
Grosserias, palavras injuriosas, blasfêmias, juramentos, etc., impregnadas pela visão carnavalesca do mundo, dirigidos não somente uns aos outros, mas também às divindades, transcendiam o caráter puramente degradativo e adquiriam sentido regenerador e renovador da vida.
Bakhtin denomina de realismo grotesco a transferência ao plano material e corporal,o da terra e o do corpo, na sua indissolúvel unidade, de tudo que é elevado, espiritual, ideal e abstrato. O traço grotesco é o rebaixamento.
Segunda a Wikipédia, o samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança de raízes africanas (Angola)  surgido no Brasil e considerado uma das maiores manifestações culturais populares brasileiras. O samba de roda nasceu no Recôncavo Baiano e levado na segunda metade do século XIX, para a acidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África se instalaram na então capital do Império.
Em 2005, o samba de roda baiano se tornou um patrimônio da humanidade da Unesco. Foi uma das bases para o samba carioca.
O samba existe em várias partes do país sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais. No Rio de Janeiro é entendido como expressão musical urbana. Foi no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, que a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular.
Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII. Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente do quimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.
No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada), palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil.

Sugestões de Leitura 


BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo, Hucitec, 1999.

BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800 . São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

CHARTIER, Roger. "Cultura popular": revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, n 16, 1995, p. 179-192.




Valdir Freire Junior 

O artigo que pretendo desenvolver está relacionado com o meu cotidiano, a indagação, ou seja a pergunta que faço no presente é em relação ao  material didático na escola que eu trabalho.  O sistema de ensino disponibiliza aos alunos a chance de fazer testes em forma de simulados elaborado pela própria empresa, esse por sua vez está baseado em testes já realizado na prova do Enem. Tive acesso a esse simulado em uma analise prévia percebi que algumas questões não necessitava uma análise critica ou interpretativa para responder, ou seja, a memorização daria conta de responder algumas perguntas. Destaco tabmém nessa analise prévia a questão mercadologica porque os bons resultados coloca em evidencia o sistema de ensino e consequentemente a Istituição.
A pergunta que faço no presente é se esse simulado tem um intuito de ensinar (humanizar) ou simplesmente memorizar (tecnicista).


Recorte histórico: Década de 30 a 45 no Brasil, governo ditatorial e educação dualista
Analisar, investigar a educação do Brasil durante a revolução industrial tendo como marco a divisão entre educação critica da educação de execução.
O objetivo é entender como a cultura foi construida apartir das mudanças de valores entre o público e o privado durante a revolução industrial (inversão de valores).

Título: O uso do mito de Vercingetórix para a criação de uma
identidade francesa pela revista nacionalista "Terre et Peuple".
Aluno: Leonardo Veloso Pin

A ideia da presente proposta é sugerir um trabalho que visa a mostrar
de que maneira a extrema direita francesa, mais precisamente aquela a
qual publica a revista "Terre et Peuple" -publicação da chamada
"Nouvelle Droite"-, utiliza-se do mito do rei gaulês Vercingetórix no
decorrer dos anos 2000 para combater o chamado multiculturalismo e
afirmar uma mítica identidade francesa "pura", a qual remontaria aos
gauleses. Para isso, utilizaremos os trechos traduzidos da edição 7/8
do ano de 2001 presentes na obra do autor Glaydson José Silva
"HISTORIA ANTIGA E USOS DO PASSADO"
Nossas bases teóricas serão representadas pelos autores:
 HOBSBAWM, Eric; TERENCE, Ranger  "A invenção das tradições".
GEARY, Patrick. "O Mito das Nações"
A importância do projeto reside no fato da História da Antigüidade
estar presente nas justificativas racistas e xenófobas dos grupos da
extrema direita francesa. As principais vítimas desse discurso
ideológico são os imigrantes e filhos de imigrantes saídos das
ex-colônias francesas na África.  Apesar dessa direita não ser
parecida com aquela que dominava a França de Vichy, suas utilizações
da Antiguidade são muito similares às daquele regime. Torna-se, então,
de extrema importância entender como a França recria e fabrica seu
passado indo-europeu e gaulês.



 “A censura na produção musical, no período da Ditadura Militar no Brasil.”
Fico no aguardo das orientações.
Patrícia Pozzi

Sugestões de Leitura

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginárias. São Paulo: Cia. das Letras, 2008. 


FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 4a. ed., 1984.
_____. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1986. 


Priscila


Pretendo pesquisar sobre a classe operária feminina, ainda tenho dúvida sobre exatamente o que, ou as diferenças existentes no tratamento recebido por homens e mulheres nas industrias, ou a participação feminina nas reivindicações.
Se esses tema estiver correto a partir dele vou escolher algo para pesquisar para sua matéria, se não, a partir do que escolher para sua matéria farei meu artigo!

Sugestões de Leitura


HOBSBAWM, Eric J. "O Fazer-se da Classe Operária, 1870-1914". In: Mundos do Trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

THOMPSON, Edward P. A Formação da Classe Operária Inglesa, "A árvore da liberdade", vol. I, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987a.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Aula do dia 04 de Setembro


04 de Setembro 

Organização das Leituras 

Da História da Mentalidades a História Cultural 

VAINFAS, Ronaldo. História das Mentalidades e História Cultural. In: CARDOSO, Ciro Flamarion & ____ (orgs.). Domínios da história; ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 127-162.

Coloquei o livro todo, procurem, imprimam e leiam o capítulo em questão 

O Paradigma indiciário de Carlo Ginzburg 

Texto para leitura: GINZBURG, Carlo. “Sinais: raízes de um paradigma indiciário” In GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: Morfologia e História. 1ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.


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Sugestões de Temas para o artigo do final da disciplina


Artigo
Proposta: relacionar um tema ligado a "História Cultural" a uma das bibliografias vistas durante o curso.

Exemplo

Título: Brasil: A invenção de um país do futebol.
Aluno: Leandro Antonio Gatti.

A presente proposta de artigo tem como objetivo  desenvolver um estudo sobre “a invenção do Brasil como país do futebol” -  relacionando tal invenção como manifestação de cultura de massa e parte componente dos mecanismos de “criação” das nações e/ou práticas culturais, com propósitos sociais específicos, em consonância com a obra de autores como  ANDERSON, Benedict, in: Comunidades imaginárias. São Paulo: Cia. das Letras, 2008, ou ainda HOBSBAWM, Eric e TERENCE, Ranger, in:  A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
O recorte para a invenção do país do futebol, recairá sobre as três primeiras copas do mundo conquistadas pelo selecionado nacional (1958, 1962 e 1970), salientando-se o peso da primeira, conquistada durante a era JK, em que uma confluência de fatores, começou a projetar uma nova imagem de Brasil, em rompimento com o trauma de 1950 e o passado de uma nação  atrasada.

Diga o que você está imaginando nos comentários ou envie para o email washingtonprof@gmail.com

Atenciosamente Prof. Washington Nascimento

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cronograma das Aulas e Textos

21 de Agosto
Apresentação, discussão do plano de curso e avaliação.
Panorama geral da disciplina

28 de Agosto
A Nova História e a descoberta do “cultural”
11 de Setembro
A história cultural, entre práticas e representações: um olhar a partir de Roger Chartier
Texto para Leitura: CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL/ Rio deJaneiro: Bertrand do Brasil, 1990
O livro na versão pdf também será disponibilizado no email da sala

18 de Setembro
E.P. Thompson e a Renovação Marxista

25 de Setembro
A invenção das tradições culturais: Eric Hobsbawm e Terençe Ranger

02 de Outubro
Cultura e Imperialismo: as perspectivas abertas por Edward Said

09 de Outubro
Os processos de transculturação e mestiçagem  Mary Louise Pratt e Serge Gruzinski

16 de Outubro
Os novos estudos culturais: Stuart Hall, Paul Gilroy e Home Bhabha

Currículo

Doutorando em "História Social" pela Universidade de São Paulo (2009 - ), Mestre em "Ciências Sociais" pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo (2007-2008), Especialista em "Memória, História e Históriografia" pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2004-2006), Especialista em "Educação Superior" pelas Faculdades Internacionais de Curitiba (2003-2004) e licenciado em História pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (1999-2003) .

Professor convidado da pós graduação da Universidade Nove de Julho e professor efetivo da Faculdade Eça de Queirós onde é editor da Revista Educação, Gestão e Sociedade, coordenador do Nucleo de Pesquisa e orientador de trabalhos de conclusão de curso. Tem experiência na área de História, Educação e Ciências Sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: África, Afro-descendentes e relações etnico-raciais na escola

Mais informações clique aqui

Publicações


Tenho ao longo desses anos publicado alguns artigos. Sobretudo sobre a história da presença africana no Brasil e história da África Para quem se interessar segue o link dos principais trabalhos.